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Outro dia, caminhava eu pelo Campus do Vale, indo para a minha aula de Cultura Brasileira, quando sou abordada por um guri, da minha idade por certo. Tenho que frisar que ele não estava bêbado, nem que parecia alguém que tinha se perdido por lá. Era um estudante, como eu. Nesse momento, ele me olhou meio sem jeito e disse: “-Bah, olha só, eu to sem dinheiro para voltar para casa, preciso de um real, tem como me ajudar?”. Eu meio que fiquei me perguntando se eu não estava caminhando pela rodoviária, mas a ironia é, que por diversas vezes, eu mesma já passei por essa situação e fui acudida por amigos, e obviamente foi o que fiz naquele momento.  

Mas o que me agonia de fato não é isso, é saber, que essa simplesmente se tornou a realidade da cultura brasileira,- hoje, eu estava indo para o meu estágio; e não é uma daquelas bolsas absurdas da UFRGS em que se recebe R$ 380,00 para trabalhar por seis horas, ganho um pouco mais, mas também não posso dizer que dá para viver dignamente- então, cheguei à conclusão que tudo isso estava errado. Que nós nos esforçamos para chegar até aqui, na Universidade Federal, que trabalhamos, estudamos, e que, de certa forma, o que nos falta é o colo da direção da UNE.

O preço da passagem de ônibus se tornou abusivo, e qualquer pessoa comum, que saia do trabalho às seis horas da tarde, e tente chegar as seis e meia na faculdade, sabe bem das dificuldades que se enfrenta. Então me pergunto: cadê a massa estudantil? Cadê os gritos embravecidos, a luta pela justiça? Será que poderíamos encontrá-los passeando por Cuba, ou a portas fechadas com o pró-reitor da UFCSPA?

Por quanto tempo mais, teremos que esperar por uma direção da UNE, que realmente lute pelos direitos dos estudantes? Que não assista, de camarote, dentro da sala do reitor, “o dia da marmita” que os alunos da UFCSPA fazem por não terem condições de pagarem um restaurante universitário de r$12,00?

 São tantas causas pelas quais deveríamos lutar, é tanto grito entalado na garganta, e sinceramente, saber que temos, não um, mas três representantes da diretoria atual dessa entidade, aqui, tão próximos a nós, me deixa horrorizada, me faz querer lutar ainda mais por essas eleições, me faz ter motivos para ser mais forte, e para estar na luta, aguerrida como a UNE verdadeiramente merece – aquela mesma UNE,  a UNE das Diretas Já, do Petróleo é Nosso, a UNE da ditadura, pois é por essa que lutamos, e é por essa que aqui estamos buscando um lugar.

Por isso, amanhã, quando as urnas forem abertas, eu peço para ti, que está lendo esse post, que pense em tudo que vêm se passando nos últimos tempos: nos cortes de verbas, nas filas do RU, nos aumentos abusivos das passagens, na falta de professores em sala, no valor das bolsas estudantis, nas causas ecoadas pela Casa de Estudantes(CEU), para e pensa, que talvez, seja a hora de colocar o número um, de colocar a CHAPA UM, confiando que assim como defendemos um DCE PUBLICO E POPULAR, temos a mesma ideologia para a UNE, agora à nível nacional. Sem negociatas e sem portas fechadas, a favor dos estudantes, de braços dados ou não…

Bruna Zanardo

                          Estudante de Relações Publicas – UFRGS                                                                   

  Vivemos um rico período para o movimento estudantil, esse ano nas Universidades, é ano de Congresso da UNE onde são pautados os rumos nacionais do movimento estudantil e suas lutas.

Foram de congressos como esse que se irradiou por todo o país as grandes lutas encabeçadas pela entidade, como o combate à ditadura militar, as Diretas Já e o Fora Collor.

  Durante muitos anos a história da UNE foi a história da luta democrática no nosso país, como uma das entidades da sociedade civil que tomaram posição de linha de frente em nome de nossos direitos. Infelizmente nos últimos anos a Direção Majoritário vem se burocratizado e fazendo vistas grossas ao corte de verbas de 3,1 bilhões da educação, ao aumento abusivo do salário dos deputados, o descaso governamental com as vítimas das enchentes, e vários escândalos de corrupção como: o Mensalão e os Atos Secretos de Sarney, sendo que a UNE deveria ser a primeira a assumir uma postura crítica, como faria em outros períodos históricos.

  Por isso somos Oposição de Esquerda a atual direção majoritária, pois a história provou que as maiores conquistas da educação no nosso país se deram na luta de rua, e valendo-se do espírito jovem e crítico mostramos nosso grande potencial. Mas este não é o fim da UNE, ela não está defasada, não podemos confundir a cabeça com o corpo, não podemos condenar uma entidade histórica e combativa, pela qual muitos morreram, por conta de uma direção sem compromisso com o movimento. Não podemos dizer que milhões de estudantes do Brasil todo estão errados por reconhecerem e participarem da entidade sendo que inclusive aprende-se na escola o papel que a mesma desempenhou.

  A pergunta que vem à cabeça é porque esse grupo permanece tantos anos na direção majoritária? Entre outros motivos é que o processo eleitoral do Conune é indireto, os estudantes elegem seus delegados (1 delegado a cada 1000 alunos) em suas universidades e no congresso é votada a direção, o que é menos democrático e menos inclusivo.

 Então, nós da Oposição de Esquerda, em nossas chapas de Porto Alegre a Belém defendemos para os próximos congressos que a eleição da direção (presidentes, tesoureiros, secretários…) seja direta, nas próprias universidades, proporcionando um debate de propostas mais rico e maior enraizamento na base. Acreditamos que a mesma UNE que lutou pelas “Diretas Já!” para o povo brasileiro votar no presidente do seu país, deve ter já eleições diretas para seu presidente e sua direção! 

Ricardo Souza Araújo

Estudante de Políticas Publicas – UFRGS

 

      

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Instituição autônoma, que historicamente sempre esteve na linha de frente em defesa dos direitos e garantias individuais, da legalidade, da ordem jurídica e contra toda forma de alienação na vida administrativa e política do País, a União Nacional dos Estudantes, de certo período para cá, mudou radicalmente. Na verdade, já foi o tempo em que, com plena razão, a UNE se mobilizava País afora contra o autoritarismo, notadamente nos governos militares pós-64; condenava a censura à imprensa, gritava contra o descaso do ensino público, a começar pelo abandono das universidades. Na sequência de sua aguerrida luta de outrora, clamava por reformas estruturais no plano social, econômico-financeiro, político e eleitoral. Como se recorda, a UNE foi uma gigante na batalha contra a corrupção e corruptores. Que o diga a intensa mobilização dos “caras-pintadas”, que resultou no impeachment do então presidente Fernando Collor. O dirigente da entidade era o estudante Lindberg Farias (gestão 1991 /1992), o qual mais tarde tornou-se prefeito de Nova Iguaçu (Estado do Rio) pela sigla do Partido dos Trabalhadores. A UNE saía às ruas para clamar ações dos governos contra o menosprezo dos direitos sociais e humanos: educação, saúde, trabalho, segurança, previdência, salários e outras necessidades vitais da população. Todavia, a partir do atual governo, a UNE emudeceu diante de uma série de problemas nacionais. Entre os descalabros dominantes, a UNE nada fez para expurgar candidatos implicados na Justiça.Após a formação da frente popular PT-PCdoB e outros partidos burgueses, no Congresso 1989, o conjunto da esquerda que se encontrava na direção da UNE, com exceção da AJR, entrega a diretoria da entidade de volta para o PCdoB através da manobra de constituição de uma diretoria proporcional.
Em 1992 depois da campanha pelo Fora Collor, em que os estudantes se mobilizaram e derrubaram o presidente, a direção da UNE faz um acordo com a burguesia para apoiar o governo Itamar Franco, vice de Collor, através do seu presidente Lindbergh Farias que, juntamente com a direção do PT e da CUT, traem vergonhosamente a luta das diretas em favor dos grandes capitalistas. Em troca, o governo e a burguesia em geral garantiram à burocracia estudantil o monopólio da emissão das carteirinhas de meia-entrada. A partir disso, ficou institucionalizado o recebimento de milhões do governo pela UNE, fortalecendo um mecanismo de contenção das lutas dos estudantes através da corrupção de suas direções. Através deste esquema de corrupção, o movimento estudantil entra em um longo período de paralisia e os laços entre a direção da entidade estreitam-se cada vez mais com os sucessivos governos burgueses.

Em 2007, a mobilização dos estudantes, iniciada com a ocupação da reitoria da USP, da UFRGS, que se espalhou por mais de dez estados, uma mobilização histórica pela autonomia universitária e contra a destruição do ensino público, foi um movimento que passou totalmente por fora da UNE.

Portanto, apenas expulsando a UJS da direção da UNE e construindo uma nova direção para o movimento estudantil a partir das bases é que será possível para os estudantes retomar suas entidades e torná-las novamente um instrumento de luta e de organização nacional dos estudantes.
Somente com a derrota da burocracia e sob controle das bases estudantis, a UNE e as demais entidades serão reconstruídas para a luta e para a vitória do movimento estudantil contra o governo e a burguesia pela aliança operário-estudantil, pela autonomia universitária e maioria estudantil, pelo governo operário e pelo socialismo.

 

 

Bruna Zanardo

Estudante de Relações Publicas – UFRGS

 

  DILMA E A UNE  

“O ministro Fernando Haddad só sobreviveu ao primeiro naufrágio do Enem porque a União Nacional dos Estudantes já fora domesticada pelo governo. E só se mantém no emprego porque a UNE velha de guerra foi estatizada em 17 de dezembro de 2010, quando o Ministério da Justiça depositou R$ 30 milhões na conta bancária da entidade. A 17 dias do fim da feira, o presidente que não lê nem sabe escrever consumou a compra da UNE e deu por concluído seu mais ambicioso projeto na área da educação: reduzir a sigla a uma espécie de secretaria especial de proteção à meia-entrada.

O processo de estatização da entidade começou pelo espetacular aumento da mesada federal. Ao longo dos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso, as verbas destinadas à UNE somaram R$ 1,3 milhão. É uma quantia desprezível se comparada ao que foi arrecadado nos anos de bonança: entre 2003 e 2009, o apoio incondicional a Lula rendeu quase R$ 13 milhões. Não é pouca coisa. Mas parece dinheiro de troco diante dos R$ 57,5 milhões que o governo resolveu doar à UNE em 21 de junho de 2010.

Nessa data, ao chancelar a lei 12.260, Lula “reconheceu a responsabilidade do Estado pela destruição, no ano de 1964, da sede da UNE, localizada na Praia do Flamengo, número 132, no Rio de Janeiro, e, em razão desse reconhecimento, decide indenizá-la”. A bolada que animou o reveillon dos pelegos sub-30 quitou a primeira parcela da indenização. Faltam R$ 14,6 milhões, que Dilma Rousseff prometeu liberar até o fim do ano com o envio ao Congresso de uma Medida Provisória.

A direção da UNE jura que investirá R$ 40 milhões na construção do prédio de 13 andares projetado por Oscar Niemeyer. Além da sede da entidade, o colosso abrigaria um teatro, um memorial e a sede da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes). Só Deus e os jovens milionários sabem o que será feito do resto.

Convocado há dias para prestar contas a Dilma, Haddad chegou ao Planalto com cara de aviso prévio e saiu com pose de ministro vitalício. Decidiu adiar as férias ─ para resolver problemas criados por outros. E revelou que durante a conversa a presidente pediu ao pior ministro da classe que melhore o desempenho do MEC. É como pedir ao mais bisonho zagueiro do Jabaquara que jogue como Pelé.”

Fonte: Revista Veja

FERNANDO HADDAD

E agora Dilma?

Discurso da Presidente Dilma sobre o dia do Trabalhador:

…”Para ajudar a qualificar nossos jovens e trabalhadores, lançamos ontem o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – o Pronatec – cuja meta é capacitar para o trabalho aproximadamente oito milhões de brasileiros nos próximos quatro anos. Mais que um programa educacional, quero que o Pronatec seja uma usina de oportunidades. Ele vai beneficiar estudantes do ensino médio; vai ajudar trabalhadores desempregados a recomeçarem a vida profissional; e vai abrir as portas do mercado de trabalho para que milhares de brasileiros possam deixar mais rápido o Bolsa Família.

Para isso, entre outras coisas, vamos ampliar a rede federal de educação profissionalizante, criando mais 200 novas escolas técnicas federais, e vamos apoiar fortemente as redes estaduais. Em paralelo, vamos reforçar o Sistema S – por exemplo, as escolas e cursos do Senai e do Senac.
O Pronatec é ferramenta de construção do futuro, mas seus resultados serão percebidos imediatamente.
Vale destacar uma novidade: a partir de agora, as empresas que desejarem, receberão empréstimos do governo, com juros baixos, para custear cursos de formação para seus empregados.
Neste grande esforço de qualificação de mão de obra, vamos também lançar um programa de bolsas para estudantes brasileiros nos exterior. Nossa meta é oferecer, nos próximos quatro anos, pelo menos 75 mil bolsas de estudos, em universidades estrangeiras de qualidade.
São programas que beneficiarão tanto os mais pobres como os filhos da classe média, que cresce vigorosa em nosso país. São iniciativas que demonstram o compromisso especial que nosso governo tem com os pobres e com a classe média. Com os pobres, para garantir que subam na vida; com a classe média, para garantir que seu padrão de vida melhore ainda mais…”
Dilma Roussef
                                     ocupação da reitoria UFRGS 2007/2
E eis que aqui, encaramos no DIA DO TRABALHADOR, a maior realidade que os estudantes de universidades federais vêm passando. Me pergunto, com o corte de 3,1 bilhões de reais para a educação, como a nossa excelentíssima presidente pretende atingir todos esses objetivos? E por que motivo investir em bolsas no exterior, sendo tão necessário, a olhos vistos, o investimento em universidades federais, aqui, no Brasil? Nós, da chapa um, publica e popular, não queremos, mas exigimos… 10% do PIB para a educação. É necessário que essa demanda seja atingida não somente pelos estudantes, mas pelos professores que se encontram sobrecarregados;pelas aulas que começam muitas vezes com um, ou dois meses de atraso;pelas filas nos restaurantes universitários;pelos direitos que são nossos,de ter um ensino de qualidade e com infra-estrutura. Por que motivo no dia do trabalhador, temos que ouvir que haverá aumento nos cursos técnicos, e que nós, enquanto, estudantes universitários e muitas vezes também trabalhadores teremos que postergar por anos a fio o sonho da graduação? Pela falta de cursos noturnos, pela falta de professores, pela falta de condições? É por esse e tantos outros motivos que nos propomos a ser uma chapa de luta, uma chapa que não aceita negociatas, que busca no grito e na massa estudantil a força para conseguir o que quer!A sociedade esta cada vez mais desacreditada em relação a política, se vendo cada vez menos representadas na figura dos que foram eleitos. Então, estamos aqui para fazer a diferença, e não ser só mais um no meio da multidão.
 
“Que vivan los estudiantes,
Jardín de nuestra alegría,
Son aves que no se asustan
De animal ni policía.
Y no le asustan las balas
Ni el ladrar de la jauría.
Caramba y zamba la cosa,
Qué viva la astronomía! “
Violeta Parra
 
  
Bruna Zanardo
Estudante de Relações Publicas – UFRGS
 
 


A partir de 1964, assiste-se no Brasil o início do Regime Militar, sendo que o primeiro alvo da ditadura, o primeiro ato pragmático foi, no dia 1° de abril, a destruição da sede da UNE na praia do Flamengo. A casa foi saqueada e queimada, além de ter seus integrantes perseguidos e torturados. Entretanto, os mesmos não emoreceram, ao contrário… tomaram ainda mais força e mostraram o valor que a entidade possuía. Apesar da vigília estabelecida perante os intelectuais, artistas e estudantes, a UNE, organizou bravamente o ato dos 100 mil, no Rio de Janeiro, em 1968. Essa, foi com certeza uma das maiores mobilizações contra o regime autoritário vigente no Brasil na época, reunindo não só estudantes, mas também artistas como Vinícius de Moraes e Chico Buarque.

E com que destreza se via e se ouvia, e com que orgulho se percebe atualmente, que o medo não deixava falar mais alto. A censura tornou-se uma forma de instigar a criatividade dos artistas brasileiros, e o padrão que eles conseguiram atingir para gritar à nação aquilo que estava errado ecoa em nossos ouvidos até hoje.

” Hoje você é quem manda, Falou ta falado
Não tem discussão, não.
A minha gente hoje anda
Falando de lado e olhando pro chão.
Viu?
Você que inventou esse Estado
Inventou de inventar
Toda escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar o perdão.
Apesar de você
amanhã há de ser outro dia.
Eu pergunto a você onde vai se esconder
Da enorme euforia?
Como vai proibir
Quando o galo insistir em cantar?
Água nova brotando
E a gente se amando sem parar.
Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros. Juro!
Todo esse amor reprimido,
Esse grito contido,
Esse samba no escuro.
Você que inventou a tristeza
Ora tenha a fineza
de “desinventar”.
Você vai pagar, e é dobrado,
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar.
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Ainda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria.
Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença.
E eu vou morrer de rir
E esse dia há de vir
antes do que você pensa.
Apesar de você
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia.
Como vai se explicar
Vendo o céu clarear, de repente,
Impunemente?
Como vai abafar
Nosso coro a cantar,
Na sua frente.
Apesar de você
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai se dar mal, etc e tal”

Histórico: No mesmo ano em que a seleção brasileira conquistou o tricampeonato mundial, as torturas e desaparecimentos de pessoas contrárias ao regime do general Médici eram constantes. Chico Buarque fez a letra dirigida exatamente à Médici, e enviou aos censores certo de que não passaria. Passou e foi gravada. O compacto atingia a marca de 100 mil quando um jornal insinuou que a música era uma homenagem ao presidente. A gravadora foi invadida e todas as cópias destruídas. Chico foi chamado a um interrogatório para prestar informações e esclarecer quem era o “você” mencionado na música. “É uma mulher muito mandona, muito autoritária”, respondeu. A canção só seria regravada em 1978 num álbum que leva o nome do autor da música.

Bruna Zanardo

Estudante de Relações Publicas – UFRGS

Nós estudantes crescemos ouvindo as histórias contadas por nossos pais, da luta contra a Ditadura, da derrubada de um Presidente corrupto, e todas essas grandiosas vitórias lideradas pela União Nacional dos Estudantes, principal Entidade de luta estudantil desde a década de 30.

Entramos na Universidade esperançosos, por uma Sociedade mais justa, por mais vagas nas Universidades Públicas, por melhores salários e condições de vida, mas nos deparamos com a dura realidade que passa longe dos relatos das propagandas eleitorais.Uma Universidade com falta de estrutura, poucas vagas nas Casas do Estudante, sem Restaurantes Universitários suficientes para o total de alunos, bibliotecas sem livros, entre outros.
E para aumentar nossa aflição, a principal Entidade de luta estudantil paralisada, burocratizada, com “rabo preso” ao Governo Federal e suas políticas, uma Entidade que sequer repudiou o recente corte de verbas de mais de R$ 3 Bilhões da educação pública.
Para nossa surpresa, o movimento estudantil prova continuar na luta por seus direitos, sobrepondo o marasmo da UNE, em diversos momentos nos últimos anos.Em 2007 nas ocupações das Reitorias da USP e da UFRGS, com diversas conquistas estudantis, em 2008 na derrubada do corrupto reitor da UNB, que ficou conhecido pelas lixeiras de R$ 1.000,00 compradas com dinheiro público para seu apartamento pessoal.
A história, em constante movimento, cada vez mais prova que os estudantes não aceitam a corrupção, o preconceito, a exploração, enquanto a principal Entidade de representação estudantil segue na contra-corrente dos seus representados.Essa ilustração é facilmente apresentada com um fato ocorrido ainda esta semana, enquanto 30% dos estudantes da UFCSPA estavam reunidos em Assembléia Geral, decidindo iniciar uma campanha pelo afastamento da reitoria Miriam, condenada a 8 anos de prisão por corrupção, a Direção da UNE estava em uma das salas da Reitoria, negociando pautas com um representante da Reitora.
Necessitamos de uma Entidade representativa que defenda os estudantes e a educação em primeiro lugar, comprometidos com um projeto de pressão aos governantes por melhores condições na nossa Educação Pública Superior, com condições mínimas de acesso e permanência na Universidade, sem filas quilométricas para almoçar, com vagas nas casas do Estudante, com bolsas mais dignas, com mais professores e com mais cursos noturnos.
A chapa UFRGS Pública e Popular conquistou mais de 50% dos votos dos colegas neste projeto de Universidade, agora é a vez de levarmos essas pautas para todo o Brasil, para voltarmos ainda mais fortalecidos para vencermos essas barreiras dentro de nossa própria Universidade.
Os estudantes do Brasil não devem mais aceitar o marasmo e a burocratização da sua principal Entidade de representação, na UFRGS votemos chapa 1 Oposição de Esquerda da UNE.
Na nostalgia de lembranças históricas da UNE, vale lembrarmos a frase que mais marcou o passado da Entidade: “A UNE somos nós, nossa FORÇA e nossa VOZ.”

Guilherme Andreis

Estudante de Matemática – UFRGS

“… Será que a UNE acabou? Fechou suas portas? Foi extinta?
Nada disso, gentil leitor! A UNE ainda existe! Apenas tornou-se uma entidade que há muitos anos apodreceu. Tornou-se não só pelega, como porta-voz do lulismo. Virou uma fábrica de carteirinhas e trampolim eleitoral. Nos últimos anos assistimos ao sucateamento completo do ensino público. E tudo isso sem que a Une levante um dedo. Enquanto o Brasil agoniza sem soluções para a educação, os congressos desta entidade são grandes festivais no estilo “sexo, drogas e rock and roll”.
O que estes pelegos comemoram é a paralisia do movimento estudantil, comemoram os seus altos salários e suas mordomias. Se a UNE ainda tivesse alguma dignidade, o atual ministro inepto da educação não mais estaria dando o seu freak show ( show de horrores) por mais um governo, num festival de lambanças e incompetência desmedido. As causas que a UNE diz defender hoje, festivas e alienadas, não levam a lugar algum e só servem para dissipar a força estudantil. Não dirigem nenhuma luta direta e conseqüente, em todas apontam as eleições como solução para os problemas da educação, transformando-se num cabide ou vitrine eleitoral.  De pelega e oposição bem comportada, hoje a UNE parece ser o próprio governo, funcionários e agentes do MEC…”

Hadriel.

Fonte:http://rafaelbrasilfilho.blogspot.com/2011/02/cade-une.html